Brasil bate recorde — desemprego despenca para 5,8%, menor nível desde 2012. É a prova de que o mercado de trabalho está respirando mais forte. Mas tem cenários que ainda arrastam os números para cima, e os dados deixam claro: a recuperação é real, mas desigual. — por Junior Flávio, Opz Play.
O que está por trás dessa queda histórica
No segundo trimestre de 2025, o Brasil conseguiu sua taxa de desemprego mais baixa desde 2012, caindo de 7,0% no trimestre anterior para 5,8% (Serviços e Informações do Brasil, VEJA). Isso significa menos de 6 em cada 100 pessoas na força de trabalho sem ocupação. É resultado de um mercado mais aquecido — embora desigual — e que absorve diversos perfis de trabalhadores (Serviços e Informações do Brasil, Agência Brasil).
Desigualdade regional: recorte por estado
A queda foi generalizada: 18 das 27 unidades da Federação registraram redução efetiva, com estabilidade nos demais (Serviços e Informações do Brasil).
- As menores taxas ficaram por conta de Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%) (Serviços e Informações do Brasil).
- Já os estados com maiores índices ainda preocupam: Pernambuco (10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%) (Serviços e Informações do Brasil).
- Minas Gerais, por sua vez, teve desempenho melhor que a média nacional, com desemprego em 4,0%, entre os menores do país (Serviços e Informações do Brasil).
O mercado vai além do desemprego
Outro dado que dói: o número de pessoas procurando emprego por mais de um ano caiu 21%, atingindo 1,9 milhão, o menor patamar desde 2012 (Agência Brasil). Isso demonstra que o mercado está absorvendo até quem estava na lona — visão clara de resiliência e dinâmica positiva (Agência Brasil).
Rendimentos e informalidade: sinais mistos
O rendimento real médio cresceu para R$ 3.477, contra R$ 3.440 do trimestre anterior e R$ 3.367 no mesmo período de 2024 — avanço modesto, mas relevante (Serviços e Informações do Brasil).
Mas a informalidade mantém o pé no freio: cerca de 37,8% da população ocupada ainda atua sem carteira assinada ou direitos trabalhistas garantidos (Agência Brasil).
Perfil da desocupação: quem está ficando para trás?
Dados interessantes mostram que a taxa é mais alta entre mulheres (6,9%) do que entre homens (4,8%). Por raça, brancos têm 4,8%, pretos 7,0% e pardos 6,4% (Brasil de Fato). E mais: quem tem ensino médio incompleto enfrenta desemprego de 9,4%, quase o dobro de quem tem ensino superior completo (3,2%) (Brasil de Fato).
O que isso diz sobre o Brasil de hoje
Esses números sugerem um mercado em recuperação, mas fraturado. A economia melhora, mas é urgente investir em formalização, capacitação profissional e igualdade no acesso a oportunidades. Sem isso, a queda histórica permanece incompleta.