O café simplesmente explodiu nas bolsas — de arábica a conillon — com cotação de arábica no Brasil batendo quase R$ 2.032/saca. A razão? Uma combinação feroz: tarifas de 50% impostas pelos EUA e o clima que promete apertar o mercado nacional. Se você é produtor, sente esse baque — que pode virar oportunidade.
Situação Atual dos Preços no Brasil
O Indicador Cepea/Esalq do café arábica fechou em R$ 2.031,55 nesta quarta-feira (20/08), com valorização de 2,99% em relação ao dia anterior.Notícias Agrícolas+3Notícias Agrícolas+3Notícias Agrícolas+3Notícias Agrícolas
No mesmo dia, o café conillon (robusta) registrou ganho ainda mais forte: fechou em R$ 1.299,95, alta de 5,57%.Notícias Agrícolas
É sinal claro de que o mercado físico brasileiro está vivíssimo — e pisando fundo no acelerador.
Futuros Disparam nas Bolsas Internacionais
Nos mercados internacionais, o futuro do arábica bate a máxima da última semana de 2,25 meses. O robusta não ficou atrás, marcando maior cotação dos últimos 2 meses.Notícias Agrícolas
E não é por acaso: tarifas de 50% impostas pelos EUA cortam contratos e apagam oferta direto da fonte — o Brasil. Se somar isso à entressafra no Vietnã e à geada no Cerrado, tem café praticamente em modo low supply.Notícias Agrícolas
Bloomberg informa que na semana de 11 de agosto houve alta de 15% nos preços — maior salto desde 2008.Notícias Agrícolas+1
Clima Frio + Entressafra = Pressão em Dobro
A XTB alerta que o futuro do café arábica na ICE avançou quase 3%, atingindo o patamar mais alto em dois meses. Isso graças ao frio e risco de geadas no Brasil, que afetam as safras de 2025 e até 2026.XTB.com
Além disso, o relatório CoT mostra produtores em posição fortemente vendida — jogando segurança, se protegendo contra queda de preços. Já os fundos especulativos mantêm posições compradas, mas começaram a recuar.XTB.com
Risco de Escassez nos EUA
O CEO da Associação Nacional do Café dos EUA já avisou: se as tarifas de 50% permanecerem, os americanos correm risco real de desabastecimento — o país importa 30% a 40% do seu café do Brasil.Noticia Preta – NP
Eles dependem de nós. E se nós resolvermos segurar café esperando preço subir… bom, aí virou jogo de xadrez político-econômico.
Consequências para o Produtor Brasileiro
Agora, vamos ao que interessa de verdade para quem tá no campo: o que isso significa para o produtor de café?
- Valorização imediata da produção: quem já tem café estocado, especialmente conillon, pode pensar em lucrar alto no curto prazo — preços físicos neste momento são bem atrativos.
- Alívio na rentabilidade: arábica a R$ 2.031,55/saca representa ganho de cerca de 3% num dia — considerando custos fixos do produtor, é um respiro vindo do céu.
- Planejamento estratégico: com CEPEA indicando valorização e futuros longe do chão, vale estudar prazos e contratos futuros para proteger o ganho.
- Tensão política/comercial: o risco é real — dependendo da evolução das tarifas, a pressão pode subir ou aliviar. Ter visão de hedge estratégico ajuda.
- Clima e safra futura: o frio sugere atenção às lavouras e possíveis perdas na safra seguinte. Investir em cobertura climática e seguro agrícola pode ser inteligente.
Américo Ferreira, OPZ Play.