Um caso chocante de violência sexual infantil veio à tona nesta semana no Centro-Oeste de Minas. Um homem de 30 anos foi preso preventivamente após ser denunciado pela enteada, de apenas 13 anos, por estupro. A adolescente encontrou apoio na escola onde estuda e revelou que vinha sendo abusada durante a madrugada, enquanto a mãe dormia. O episódio aconteceu no bairro Marília, na última segunda-feira (8). Assim que a denúncia foi feita, a direção da escola acionou imediatamente o Conselho Tutelar, que seguiu os protocolos de proteção e levou a jovem até o hospital para exames clínicos. De acordo com a Polícia Civil, os laudos médicos apontaram lesões compatíveis com violência sexual recente, fortalecendo a acusação contra o suspeito. A adolescente foi imediatamente acolhida em um abrigo institucional, onde segue sob cuidados de equipes psicossociais. Com as provas colhidas e sete testemunhas já ouvidas até o momento, a Polícia solicitou a prisão temporária do padrasto, que foi cumprida ainda na cidade. Ele já está no sistema prisional à disposição da Justiça. “A versão da vítima é consistente e foi confirmada por testemunhas e por laudo pericial. Isso justifica a prisão do investigado para a continuidade das apurações”, afirmou o delegado Hans Rocha Baia, responsável pelo caso. Infelizmente, esse tipo de crime não é isolado. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, Minas Gerais registrou mais de 6.800 casos de estupro no ano passado — quase 60% das vítimas eram crianças e adolescentes com menos de 14 anos. Na região Centro-Oeste de Minas, que inclui cidades como Lagoa da Prata, Formiga, Divinópolis e Arcos, foram contabilizados mais de 220 casos de violência sexual contra menores apenas em 2024, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. Especialistas apontam que a maior parte desses crimes acontece dentro da própria casa, cometidos por pessoas próximas — como padrastos, tios ou até mesmo pais biológicos. A escola, nesse contexto, tem sido um dos principais pontos de acolhimento e denúncia. Casos como este mostram a importância de oferecer canais seguros para que crianças e adolescentes possam denunciar situações de abuso. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, mais de 80% dos abusos cometidos contra menores de idade no Brasil nunca chegam a ser denunciados. Escolas, abrigos, conselhos tutelares e serviços de saúde têm papel fundamental na identificação, escuta e acolhimento das vítimas.
Junior Flávio – OPZ Play