Condenado a 30 anos em Três Pontas por feminicídio de adolescente grávida — OPZ Play Notícias

A cidade de Três Pontas (MG) foi palco de um julgamento histórico nesta quinta-feira (28), que colocou fim a uma espera de 15 anos por justiça. Adenilson Vítor Cougo, de 35 anos, foi condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato de sua companheira Taís Alves Carolina, de apenas 16 anos, grávida de sete meses. O crime, registrado em 2010, ganhou repercussão nacional pelo nível de crueldade

Detalhes do julgamento

O júri popular reconheceu três qualificadoras no crime: motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. A pena foi definida em primeira instância e ainda cabe recurso, mas a decisão encerra uma longa espera da família da jovem e da comunidade local. O processo havia sido adiado três vezes ao longo dos anos.

Como ocorreu o crime

De acordo com as investigações conduzidas pela Polícia Civil de Minas Gerais, Adenilson descobriu que o bebê que Taís esperava não era seu e, tomado por ciúme e vingança, planejou o assassinato. Ele teria contado com a ajuda do irmão e de uma adolescente.

O corpo de Taís foi encontrado às margens de um ribeirão, em circunstâncias que chocaram a cidade de Três Pontas e acenderam o debate sobre a violência contra mulheres no Brasil.

Histórico de prisões e tentativas de fuga

Após o crime, Adenilson chegou a ser preso em 2010, mas ganhou liberdade provisória enquanto aguardava julgamento. Em agosto deste ano, foi novamente capturado após uma tentativa de fuga cinematográfica: ao ser abordado, bateu o carro em uma viatura, tentou escapar em alta velocidade e só foi contido depois que policiais atiraram nos pneus do veículo.

Além da prisão preventiva, ele foi autuado por tentativa de homicídio contra policiais, resistência, desobediência e direção perigosa.

A defesa do réu insiste na tese de inocência e afirma que os responsáveis seriam os dois menores envolvidos na época. Apesar da alegação, o júri considerou que as provas apresentadas eram robustas para a condenação.

Feminicídio em Minas Gerais: um problema crescente

Casos como o de Taís Alves Carolina revelam o desafio que Minas Gerais e o Brasil enfrentam para combater o feminicídio. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2024 foram registrados 1.463 feminicídios no país, dos quais mais de 140 ocorreram em Minas Gerais. O número reforça a necessidade de políticas públicas eficazes de proteção às mulheres e de fortalecimento da rede de apoio para vítimas de violência doméstica.

Organizações como o Instituto Patrícia Galvão e a ONU Mulheres defendem que a prevenção começa com educação de gênero nas escolas, campanhas de conscientização e aprimoramento das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.

A condenação de Adenilson Vítor Cougo a 30 anos de prisão representa um marco importante, mas também expõe a urgência de um enfrentamento mais rígido à violência contra mulheres. O caso mostra que a impunidade pode demorar, mas a justiça ainda é possível.

Junior Flávio — OPZ Play

Rolar para cima