Desde o anúncio do tarifaço de Donald Trump, em julho, mais de 2 mil toneladas de mel brasileiro estão retidas, afetando diretamente as exportações para os EUA, que tradicionalmente absorvem 80% da produção do país. A queda nas exportações em julho foi de 50%, o que preocupa o setor, especialmente os pequenos apicultores, que dependem da venda para o mercado norte-americano.
A maior parte da produção de mel no Brasil vem da agricultura familiar, e a redução nas vendas pode afetar a renda de milhares de famílias. A alternativa de redirecionar o produto para outros mercados é complicada, pois cada país tem suas próprias exigências de certificação.
Embora o mel orgânico brasileiro tenha um mercado mais estável nos EUA, o mel convencional enfrentará forte concorrência de outros países produtores, como Argentina e Ucrânia.
No cenário interno, o consumo de mel no Brasil é baixo, e a expectativa é que a queda nas exportações faça o preço do produto cair. No entanto, a demanda interna provavelmente não será suficiente para absorver o excesso de produção.
O setor busca estratégias, como a inclusão do mel na cesta básica e a promoção de novos produtos à base de mel no mercado interno, para enfrentar o impacto do tarifaço e minimizar os prejuízos.
Data : 06 de Agosto de 2025
Junior Flávio