Fim das Autoescolas? SINDICFC-MG reage a proposta do governo e alerta para riscos no trânsito

Proposta de Renan Filho sobre fim da obrigatoriedade das autoescolas causa reação em Minas. SINDICFC-MG alerta para impactos econômicos, segurança e empregos.

Proposta de fim das autoescolas gera forte reação em Minas Gerais

A possível extinção da obrigatoriedade das autoescolas para tirar a CNH está gerando polêmica em Minas Gerais. O SINDICFC-MG (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Minas Gerais) reagiu com veemência às declarações do ministro dos Transportes, Renan Filho, que sugeriu mudanças no processo de habilitação. Para o sindicato, a medida representa um retrocesso perigoso com impactos na segurança viária, no emprego e na economia do estado.

Ministro propõe mudanças na CNH e setor reage com preocupação

Durante entrevista recente, Renan Filho indicou que o governo estuda eliminar a exigência de autoescolas para obtenção da carteira de motorista. O objetivo seria tornar o processo mais acessível, especialmente para os mais pobres. No entanto, a proposta causou revolta entre profissionais do setor.

O presidente do SINDICFC-MG, Alessandro Dias, classificou a fala do ministro como “intempestiva e irresponsável”, destacando a ausência de diálogo com o setor e os riscos de precarização da formação de condutores.

Riscos à segurança no trânsito e impacto bilionário na economia

Segundo estimativas do sindicato, a retirada da obrigatoriedade das autoescolas pode resultar em prejuízo superior a R$ 1 bilhão ao setor, com o fechamento de mais de 2 mil autoescolas em Minas Gerais e a perda de cerca de 20 mil empregos diretos. Além disso, a medida poderia comprometer a segurança viária, ao permitir que condutores obtenham a CNH sem uma formação adequada.

“Formação sem qualidade significa mais acidentes, mais mortes nas estradas e um sistema de trânsito ainda mais caótico”, afirma Alessandro Dias.

Propostas do SINDICFC-MG: modernizar sem precarizar

O sindicato defende uma reforma no modelo atual de formação de condutores, mas sem abrir mão da qualidade. Entre as propostas apresentadas estão:

  • Adoção de ensino híbrido (presencial e online);
  • Redução de burocracias e modernização das provas teóricas e práticas;
  • Capacitação de instrutores e examinadores;
  • Revisão técnica das taxas cobradas pelos Detrans estaduais.

A entidade reforça que a CNH deve continuar sendo obtida por meio de formação qualificada, sob pena de aumento das reprovações e de custos para o cidadão.

Debate nacional deve incluir todos os setores

Para o SINDICFC-MG, qualquer mudança no processo de habilitação deve passar por amplo debate com os envolvidos: autoescolas, Detrans, especialistas em segurança viária e sociedade civil. A proposta de Renan Filho, segundo o sindicato, ignora a complexidade do tema e coloca em risco vidas nas estradas.

“Não somos contra a modernização. Mas eliminar a formação obrigatória é criar uma falsa economia que cobra caro lá na frente”, conclui o presidente.


Por Junior Flávio
Jornalista | Opz Play

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